Trabalho publicado avaliou a toxicidade de diferentes classes de agrotóxicos (inseticida, herbicida e fungicida) para a abelha nativa do Brasil e ameaçada de extinção, Melipona capixaba, e para a espécie exótica Apis mellifera
Testes mostram alta letalidade para diversos tipos de agrotóxicos. O inseticida thiamethoxam foi altamente letal para as abelhas das duas espécies que entraram em contato ou ingeriram alimento contaminado. A dose recomendada do herbicida glifosato também causou mortalidade de mais de 90% das abelhas e 68% dos indivíduos de Apis mellifera após ingestão.
Duas doses usadas do fungicida mancozeb causaram mortalidade apenas para Apis mellifera, mas também afetaram a capacidade de voo da uruçu-capixaba, sendo nocivo da mesma forma. Nenhum agrotóxico testado repeliu as abelhas, que se alimentaram das soluções contaminadas.
Os resultados alertam para a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa de herbicidas e fungicidas, comumente considerados menos tóxicos para as abelhas e amplamente utilizados no Brasil.
Os pesquisadores reforçam a necessidade da adoção de medidas de boas práticas agrícolas, principalmente em áreas de ocorrência natural de espécies nativas, como a Melipona capixaba, ameaçada de extinção:
Evitar a aplicação de agrotóxicos, principalmente não repelente, em períodos de floração das culturas e de maior florescimento das plantas nativas do entorno;
Adoção do manejo integrado de pragas, incluindo métodos biológicos; Escolha de produtos de baixa toxicidade para as abelhas.
Autores do estudo: Ingrid Gomes | Lessando Gontijo | Maria Augusta Lima | José Salazar Jr | Helder Resende
Para ver a pesquisa na íntegra, acesse o link: rdcu.be/dmIR9