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Terra Brasilis conquista Prêmio Hugo Werneck

Instituto foi premiado com o programa Ecoteca Digital

Em novembro, o Instituto Terra Brasilis recebeu o Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade e Amor à Natureza, na categoria Melhor Exemplo em TI, pelo Programa Ecoteca Digital. Este é o segundo ano consecutivo em que o Instituto ganha o prêmio. Em 2013, o Terra Brasilis foi premiado com o Projeto Pato Aqui, Água Acolá, que promove a conservação do Pato-mergulhão, uma das dez aves aquáticas mais ameaçadas de extinção no mundo.

A Ecoteca Digital é uma biblioteca virtual, criada em 2012 pelo Terra Brasilis, que disponibiliza gratuitamente para leitura ou download mais de 2.200 publicações, em diversos idiomas, sobre temas ambientais, principalmente relacionados a áreas protegidas. Esta iniciativa incentiva o intercâmbio de conhecimento entre setores públicos e privados e serve de ferramenta para a gestão e manejo das unidades de conservação.

De acordo com a coordenadora da Ecoteca, Sonia Carlos, o projeto vem superando as expectativas inicialmente traçadas, atingindo um universo de usuários maior do que o esperado, chegando a cerca de 36 mil usuários por ano. “Estamos sempre empenhados em disponibilizar publicações relevantes para os nossos leitores, por isso temos parcerias com 49 instituições públicas, privadas e do terceiro setor, e com autores independentes, que disponibilizam gratuitamente seus títulos”.

Sônia Rigueira, presidente do Instituto Terra Brasilis, acredita que ao democratizar e disseminar conhecimento sobre áreas protegidas, o Terra Brasilis, com o Programa Ecoteca Digital, está cumprindo seu papel de desenvolvimento socioambiental colaborando com a execução de políticas públicas, difundindo a legislação, estimulando parcerias e trocas de conhecimentos com promoção da cidadania e envolvimento social.

Conheça a Ecoteca Digital no www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital

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Terra Brasilis participa de seminário sobre o fogo na região da Serra da Canastra

Evento permitiu a troca de informações e experiências sobre manejo integrado do fogo

Durante os dias 20 e 21 de novembro, a equipe do Instituto Terra Brasilis participou do seminário “O Fogo no Parque Nacional da Serra da Canastra: Conhecimento Científico e Comunitário”, que aconteceu na cidade de São Roque de Minas. Patrocinado pelo ICMBio e apoiado pela Universidade Federal Fluminense e pela SAROMCREDI, o seminário contou com a participação de representantes de comunidades e cooperativas agrícolas locais, de governos estadual e municipal, pesquisadores de várias instituições, de ONGs atuantes na região, entre outros interessados.

O evento nasceu a partir da percepção de que a estratégia em curso para prevenção e combate a incêndios nas Unidades de Conservação (UC) brasileiras, baseadas no paradigma do “fogo zero”, tem se mostrado dispendiosa e pouco eficiente, em vários casos culminando no agravamento dos episódios de queima e de seus impactos tanto sobre a biodiversidade quanto sobre recursos hídricos, atividades agropecuárias e propriedades rurais.

Para Lúcio Bedê, biólogo do Instituto Terra Brasilis, para chegar a este objetivo, é preciso partir de uma abordagem que considere os diferentes aspectos institucionais, estruturais/logísticos, socioculturais e ecológicos relacionados ao fogo em um dado contexto – também chamado de ‘Manejo Integrado e Adaptativo do Fogo (MIAF)’. “No seminário foram apresentadas diferentes experiências de MIAF em UC do Cerrado, em que a questão do fogo é tão relevante quanto na região da Serra da Canastra e realizadas discussões a partir de contribuições de moradores, produtores rurais, gestores públicos da região e do PARNA Canastra, incluindo propostas de ação para a região”, analisa Lúcio.

“Os impactos tanto sobre a biodiversidade quanto sobre recursos hídricos causados pelo fogo são uma grande ameaça ao pato-mergulhão, pois a Serra da Canastra é uma região chave para a conservação da espécie, abrigando mais da metade dos patos-mergulhões conhecidos”, afirma Lívia Lins, coordenadora do Programa Pato-mergulhão.

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O clima e a economia

Encontra-se em negociação na sede das Nações Unidas, o regime global de luta contra as alterações do clima a ser adotado no futuro próximo. O grande objetivo do processo é impedir que o aumento da temperatura da Terra ultrapasse 2 graus centígrados. Esse seria, de acordo com análises científicas consistentes, o limite que conseguiríamos administrar.

Todos os anos, além de várias reuniões mais técnicas, ocorre a conferência magna das Nações Unidas sobre o clima. A próxima será realizada em Lima, no Peru, nas primeiras semanas de dezembro. Seu sucesso é decisivo para que, na conferência de 2015 em Paris, os países tenham pronto o texto de um novo regime internacional que sucederá ao Protocolo de Kyoto.

Esse novo acordo deverá ser substancialmente diferente. Ele terá uma abrangência bem superior ao Protocolo de Kyoto. Além de tratar da mitigação das mudanças climáticas, deverá abordar as adaptações necessárias para lidar com essas alterações, bem como os meios para sua implementação, ou seja, como e quem pagará a pesada fatura.

É importante destacar que os resultados da presente negociação internacional terão impactos transversais em toda a economia e, portanto, em toda a sociedade. Ao fim do processo, deve ser definido um novo regime legal internacional que guiará as políticas dos países no futuro próximo em matérias tão diversas como energia, transportes, indústria, cidades, entre outras. Na verdade, trata-se de mudar o paradigma do crescimento econômico dentro dos limites do planeta, que, afinal de contas, são finitos.

Essa é a principal razão pela qual o processo é tão complexo. Na prática, embora se fale em acordo climático, o que vemos são os governos negociando o futuro de suas economias. Para a maioria das autoridades ainda se trata de quantidade de crescimento, quando, na verdade, deveríamos estar preocupados com sua qualidade. Em pleno século 21, o foco do debate não deveria mais ser quanto, mas como vamos crescer.

Historicamente, o crescimento tem sido o objetivo central das politicas econômicas, assumindo que com ele virá o aumento da renda e do bem-estar. Em resumo, para sermos felizes teríamos de ser ricos. Sabemos hoje que a correlação entre riqueza e felicidade não é totalmente verdadeira, principalmente, depois que se atinge um mínimo de renda que satisfaça as necessidades básicas.

O mesmo se aplica ao consumo. Será que para melhorar o bem-estar e, no limite, sermos felizes teremos de consumir cada vez mais? De que adianta termos carros mais caros e potentes se ficamos horas parados no trânsito? Não seria mais racional ter um sistema de transporte eficiente e com mais qualidade? E o que dizer do desperdício? De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), é lançado no lixo, anualmente, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, um prejuízo de US$ 750 bilhões, ou R$ 1,6 trilhão.

No ritmo atual, com a criação de riqueza como maior objetivo, tendo o PIB como principal termômetro e admitindo que as atuais politicas tenham sucesso, certamente ficaremos mais ricos. A questão é se teremos ainda oportunidade, como sociedade, de usufruir os benefícios que essa riqueza poderia trazer ou se ela será consumida com medidas de adaptação a um clima cada vez mais adverso, combatendo a poluição do ar e dos rios ou mesmo tratando nossa saúde cada vez mais afetada.

O atual modelo de crescimento conduziu-nos a um precipício. Nossa geração tem nas mãos a possibilidade de decidir se muda de direção e cria paradigmas de crescimento sustentáveis de longo prazo, ou se continua caminhando em direção ao abismo.

* Pedro Miguel Sirgado é diretor do Instituto EDP, entidade que coordena as ações socioambientais do Grupo EDP.

Publicado originalmente no Jornal Estado de Minas – 12/11/2014

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