Edital de Intercâmbio Acadêmico - ITB

Um cavalo que se alimenta debaixo d’água. Que pisa na lama sem arruinar o casco e escapou da extinção com ajuda de pantaneiros e cientistas. Conheça o lendário Cavalo Pantaneiro!

Trazido por colonizadores, se adaptou sozinho ao Pantanal por séculos e se tornou uma raça rústica por natureza, sobrevivendo às condições desafiadoras do bioma, como calor extremo, secas e cheias. O casco do Cavalo Pantaneiro é mais resistente à umidade que o das outras raças. Ele anda por dias em terrenos alagados, é um dos poucos que come capim debaixo d’água e ainda tem olhos com abertura superior, vigiando tudo ao redor até enquanto pasta.

Em 1972, restavam apenas 100 animais registrados. Ele quase desapareceu, vítima de doenças e cruzamentos com raças exóticas, mas uma união de forças conseguiu salvá-lo. Graças aos esforços de conservação de criadores, povos indígenas, da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Pantaneiros (ABCCP), de pesquisadores e comunidades tradicionais, hoje já são mais de 10 mil Cavalos Pantaneiros registrados.

Entre os que abraçaram o cavalo Pantaneiro, está o povo Kadiwéu. Reconhecidos por sua habilidade única na montaria, historicamente construíram uma forte relação com esses animais, até culturais com a pintura. Além de serem fundamentais para a lida do gado e transporte na planície pantaneira, para eles, cavalos também são arte, resistência e identidade.

Come capim debaixo d’água, aguenta calor, frio, lama, seca, cheia e vigia onça de rabo de olho. Nunca precisou de ferradura. Pode chamar de Cavalo Pantaneiro, mas ele também é guia, sobrevivente, parceiro de lida e guardião de histórias!

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Foto: Luciano Muta

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